Fase Fálica - Desenvolvimento Psicossexual - Freud
Como estamos abordando a sexualidade humana se dá através de fases, que Freud denomina de desenvolvimento psicossexual. As regiões do corpo (zonas erógenas) e a relação que a criança estabelece com essas regiões, que são "zonas" geradoras de prazer, e que não necessariamente são áreas genitais é que caracteriza a evolução destas fases e a aquisição da maturidade e desenvolvimento da sexualidade.
Até agora estamos abordando sobre o que Freud denominou de fases pré-genitais, ou seja, a fase oral e a fase anal e a fase fálica que é hoje o tema do nosso post. Conforme apontamos nos artigos anteriores, durante as fases pré-genitais, o prazer da criança está concentrado em regiões distintas do corpo, na fase, como vimos, o prazer da criança se concentra na boca e nos atos de sugar e morder, fase esta, que ocorre o útero até cerca de dois anos de idade. A Fase anal é onde a zona erógena centra-se na região anal e uretral, através do controle das fezes e a da urina. E a última fase fálica, que se caracteriza como a última fase pré-genital a qual iremos abordar agora. Vamos à reflexão de hoje...
A denominação Fálica, vem de falo, que significa pênis, e que simbolicamente estaria está ligado ao poder e a disputa. E a fase fálica, ocorre entre 3 e 5/6 anos de idade. Onde se torna comum que a criança manipule os próprios genitais, reconhecendo essa região como uma zona geradora do prazer.
Nesta fase a zona de erotização é o órgão sexual, focalizando o prazer nas genitálias. Como afirmou Freud, nessa fase que a criança se dá conta de tem um pênis ou que lhe falta de um. É quando as crianças começam a adquirir consciência das diferenças corporais sexuais. O menino desperta um interesse narcísico pelo próprio pênis em contraposição à descoberta da ausência de pênis na menina.
Como aponta Freud (1926, livro 25, p. 130):
Outra característica da sexualidade infantil inicial é que o órgão sexual feminino propriamente dito ainda não desempenha nela qualquer papel: a criança ainda não o descobriu. A ênfase recai inteiramente no órgão masculino; todo o interesse da criança está dirigido para a questão de se ele se acha presente ou não.
Ainda segundo Freud a menina passa a desejar ter um pênis ao aparentemente descobrir que lhe falta "um", o que se constitui num momento crítico ao desenvolvimento psicossexual feminino, pois:
A descoberta de que é castrada representa um marco decisivo no crescimento da menina. Daí partem três linhas de desenvolvimento possíveis: uma conduz à inibição sexual ou à neurose, outra à modificação do caráter no sentido de um complexo de masculinidade e a terceira, finalmente, à feminilidade normal. (1933, livro 29, p.31)
E Freud ainda afirma que: "se penetrarmos profundamente na neurose de uma mulher, não poucas vezes deparamos com o desejo reprimido de possuir um pênis". (1917, livro 27, p.151)
Nesta fase começa a surgir um interesse e a brincadeiras com o sexo oposto, o que leva à criança à descoberta de que seus orgãos sexuais são diferentes. Importante ressaltar que, neste momento, os adultos tem um papel fundamental para que a criança possa entender essa diferença sem traumas ou proibições, vivenciando esta fase de maneira saudável. Porém, sabemos que muitas vezes, por desconhecimento e sem saber como lidar com a sexualidade da criança, os pais, educadores e familiares, entram em pânico e acabam por reprimir e não orientar com naturalidade e tranqüilidade a criança, o que muitas vezes impede que ela complete essa fase.
Os pais não devem comparar este ato da criança tocar a genitália e a curiosidade em relação à sexualidade na infância com olhar os atos e olhar de um adulto. Compreendendo que a criança não faz nenhuma associação deste ato com o "sexo em si", ela apenas sente prazer. Se for reprimida, a criança sentirá culpa, e na fase adulta consolidará a visão de que de que tocar-se, e a sexualidade é algo que deve ser reprimido, que é feio, sujo, proibido... Ocasionando dificuldades de relacionar-se sexualmente e sentir prazer na fase adulta.
As vivências sócio-afetivas-sexuais nesta fase, assim como nas demais, podem marcar positivamente ou negativamente a construção da identidade de uma pessoa, sua personalidade, seu caráter. Especialmente porque esta fase dá início a fase edípica, da lenda grega de Édipo que se apaixona por sua mãe. É quando as crianças vêem em seus pais os objetos de desejo. A menina elege o pai como namorado e o menino, a mãe. Surgem ainda as perguntas e curiosidades sobre a sexualidade, mas sobre o Complexo de Édipo e como esclarecer as curiosidades das crianças abordaremos num próximo post. Grande abraço e até lá!
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